“Sozinho”…
No meio do nada.
O vale está salpicado,
Pelas luzes das aldeias.
É noite de lua cheia,
O vento frio do norte
Congela-me as mãos,
Mas o que isso importa?
O sofrimento late
Fortemente no meu coração
E desfaz a minha alma
Em mil pedaços,
Que voam com o vento…
Mas o que isso importa?
Partiste…
Sim… Abandonaste-me,
Ainda escuto,
A tua voz a chamar pelo meu nome,
Ainda sinto o teu perfume…
Sim… Ainda sinto a tua presença…
Podem-me chamar louco
Ou o que quiserem.
Mas o que isso importa?
Nas minhas mãos
Um jarro…
Um último beijo de despedida
E sinto um toque no ombro,
Mas não há ninguém…
Querias que o fizesse com um sorriso.
Então lembro-me do teu sorriso.
E sorrio…
Sorrio com as lágrimas a rolar
Pelo meu desgastado rosto.
Abro o jarro
E despejo as tuas cinzas ao vazio…
Voa…
Voa livremente
Ao sabor do vento
Com o teu jeito de mulher rebelde
E…
Não esperes por mim
Pois te alcançarei
Brevemente…
José Coimbra